segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O Imperio de Mali

O Império do Mali foi um Estado que existiu na África Ocidental no período de 1230 a 1600 aproximadamente. Também pode ser considerado uma etapa da história do atual Mali, embora as fronteiras do extinto Império do Mali compreendessem regiões onde hoje se encontram outros países da África. O Império do Mali foi descrito pelos viajantes árabes como um Estado rico e suntuoso durante o seu apogeu, e certamente foi um importante centro comercial. Os Mansas do Mali ampliaram seu domínio sobre outros reinos da África, constituindo amplas redes de poder.

Origens:

Originários da região do rio Senegal e do Alto Níger, os grupos malinqués (malinqué significa "homem do Mali") vivendo nas cidades antigas de Kiri e Dakadyala eram liderados por chefes mágico-caçadores chamados de "simbon" (que significa mestre-caçador). O "simbon" era apenas um primus inter pares, ou seja, um primeiro entre iguais, e não detinha autoridade real sobre os outros membros da sociedade, mas o grande conselho (ghara) constituía um proto-Estado, que decidia sobre a guerra e os impostos. A sociedade era dividida em grandes unidades familiares, que viviam em campos comunitários chamados de Foroba. As famílias pagavam impostos para o Estado por meio de trabalhos nas terras do simbon. Durante o século XI esses povos sofreram a interferência cada vez maior do principado do Sosso, cujo príncipe havia tomado o título de mansa (Imperador) nessa época. Também no século XI, contudo, os líderes do Mali se converteram ao islamismo e iniciaram um processo de centralização política acentuado.

Sociedade:

A sociedade foi dividida em trinta grandes clãs, alguns de artesãos, outros de guerreiros, outros de homens livres ("ton dyon"), etc. Existia escravidão e servidão no antigo Mali. Os casamentos eram regulados por casta , e os casamentos entre membros de castas diferentes eram proibidos. A guerra era conduzida após a reunião de camponeses-guerreiros, estes organizados em "kelé-bolon" (contingentes) controlados por um "kelé-tigui" (general-chefe). O Mali era um império agrícola. Os malinqués dominavam a cultura do algodão e do amendoim, introduzidas no país por Sundjata.

Apogeu e Declínio:

O auge do Império de Mali foi após Sundjata Keita, onde governou seu filho Mansa Ulé. Mansa Ulé entregou o controle das províncias imperiais a diferentes generais, proporcionando a descentralização do reino. Um escravo do mansa Abubakar I, Sakura, foi entronizado como imperador e aumentou os domínios do Mali, fazendo com que mais reis se tornassem vassalos do imperador. Sakura foi assassinado após retornar de uma peregrinação. Abubakar II, o mansa que assumiu o governo em 1303, ficou célebre por conta de sua tentativa sem sucesso de expandir para o oeste enviando navios pelo oceano atlântico, na direção da América do Sul. O Mansa Musa, mansa de 1312 a 1332, foi um outro célebre rei malinqué que organizou uma grandiosa peregrinação com cerca de 60 mil servidores e cem camelos carregados de ouro, impressionando os líderes árabes da época. Este mansa foi responsável pela construção em Timbuktu da mesquita de Djinger-ber, pela expansão e afirmação do Islã no império e por estabilizar as relações diplomáticas do Mali com os reinos vizinhos. Seu reinado é considerado a Era Dourada da História do Mali. Durante o reino de Maghan, Timbuktu foi saqueada por povos estrangeiros. Mansa Suleiman recuperou a economia do Império e tentou restaurar a sua influência sobre a periferia, fazendo-se reconhecer em sua soberania sobre os Tuaregues. Os reinados de Mari Djata e Mussa II marcaram o início do período de decadência do Império.

A queda do Império do Mali está relacionada às lutas internas pela posse do trono, o crescimento do Império de Gao e os levantes dos reinos vassalos. Os Peules iniciaram um movimento de resistência liderados por Djadjé no começo do século XV, ao mesmo tempo em que povos do Tekrur se associaram aos estados volofos, e as províncias do leste eram anexados por Gao. Em 1490 o Gao já havia conquistado o Futa, o Toro, o Bundu e o Dyara. Nessa época, o Imperador do Mali tentou formar uma aliança com o rei João II de Portugal, mas as missões diplomáticas não chegaram à Europa. A investida das dinastias Askias de Gao fez com que o Mali se dissolvesse de vez, quando a capital do Mali foi ocupada em 1545. Em 1599 o domínio do Gao foi substituído pelo controle marroquino, e o Mansa Mahmud organizou uma nova resistência se aproveitando da situação, mas seus homens foram derrotados pelas armas de fogo dos marroquinos, marcando o fim do império do Mali.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_do_Mali

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